Em 2017, o marketing digital, aquele baseado nas ações na web e nas mídias sociais, ultrapassou o marketing tradicional, que contempla as ações em televisão, rádio, jornal, folders e similares.
As vendas por e-commerce são uma realidade que envolve 1,77 bilhão de pessoas em 1,474 bilhões e dólares em compras anuais em todo o mundo:
A difusão das mídias sociais também é um fenômeno inegável, pois atingimos mais de 4 bilhões de usuários em todo o mundo:
A grande discussão que vem acalentando o mundo digital diz respeito ao uso das mídias sociais para publicidade de empresas – não obstante sua inestimável importância para outros fins.
Muitos especialistas da área vinham alertando para o fato de que apenas “curtidas” poderiam não significar resultados comerciais e de share of mind para uma marca. Dizia-se que investimentos no Google apresentam mais resultados, neste sentido, do que aqueles dispendidos nas redes sociais.
Por tese, parecia lógico que investir em buscadores para ofertar produtos e serviços e divulgar uma marca NO MOMENTO EM QUE O CLIENTE PROCURA POR ISTO seria muito mais racional e produtivo do que fazê-lo em mídias NO MOMENTO EM QUE TAL CLIENTE PROCURA POR RELACIONAMENTO.
Parecia que todos haviam se esquecido dos ensinamentos de um dos “papas” do digital, Seth Godin, em seu livro “Permission”: existem muitas iniciativas em que simplesmente se pratica as mesmas ações do marketing tradicional através da web.
De fato, como você se sente ao acessar o Youtube e ter que esperar por aquelas propagandas obrigatórias, antes de assistir ao vídeo que deseja? E quando acessa um site ou portal e é obrigado a conviver com mídias lentas, difíceis de apagar ou bloquear, e que atrapalham sua navegação até o objetivo que o levou ali?
César B. Garcia, da Eighty, lembra que “os recentes escândalos nos quais se envolveu o Facebook, tanto na questão das eleições norte americanas, como no vazamento de cadastro de 87 milhões de usuários, somaram-se às críticas pela falta de rotinas de compliance e pelo baixo nível de resultados para impulsionamento naquela mídia. E como consequência, gigantes internacionais como P&G, Unilever e tantos outros estão revendo suas estratégias ou abandonando aquela mídia para efeito de captação de novos clientes e divulgação de suas marcas”.
Anderson R. Schmidt, sócio e fundador da Blogolândia, Comprinhas e outras empresas de marketing digital, um dos precursores na área e responsável por mais de 100 sites próprios com 18 milhões de pageviews mensais e newsletter ativa para 2,5 milhões de leitores ativos, lembra que “há muitos anos se observa que o investimento nos buscadores apresenta um retorno muito maior para as empresas do que aquele obtido através das redes sociais, tanto na divulgação da marca, produto ou serviço, como também nas ações objetivando sua venda nas lojas, sites de e-commerce e em outros canais”.
Para trazer luz à discussão, talvez a primeira pesquisa abrangente e técnica sobre o tema, demonstra claramente quão imensa é esta diferença, notada e especificamente quando se compara a conversão de clientes através do Google, com aquela observada através do Facebook:
Conforme se observa, o Facebook é responsável por apenas 1,4% das conversões de clientes nas empresas, um percentual imensamente inferior àquele obtido pelo Google e menor até mesmo do que o Youtube, Yahoo e Bing.
Gerson, da Sorting, opina que “certamente este não será o fim do Facebook, a curto prazo, não apenas porque ainda é uma mídia utilizada por bilhões de pessoas – quase 1/3 de toda a população mundial, mas também por sua importância no mercado, com um faturamento e valor de marca descomunais, liderando o segmento de mídias para relacionamento”. Mas completa dizendo que “o Facebook deverá rever seu posicionamento estratégico, suas práticas e mesmo sua postura em relação ao investimento publicitário naquela mídia. Caso não o faça, então sim poderemos ver problemas mais sérios e definitivos com aquela marca, além do próprio crescimento de outras mídias de relacionamento em si, fenômeno que já vem ocorrendo no mundo inteiro”.
Além de sofrer uma perda de bilhões de dólares nas ações da empresa, o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, recentemente foi convidado a depor no Comitê de Assuntos Judiciários, do Senado dos EUA.
Certamente haverá mudanças, dentro do próprio Facebook, em resposta aos pedidos e reclamações, mas também e sobretudo para reagir ao crescimento de seus concorrentes diretos e indiretos.